O amor

Segundo as estatísticas, em 2020, por cada 100 casamentos, 91,5% terminaram em divórcio. Que percentagem desses terá sido por extinção do amor? Terá o tempo (ou falta dele) levado a melhor sobre o amor? Ou que outras razões levam a estes números?

Estará o amor em rutura?

Estará o amor condenado a fracassar numa sociedade cada dia mais alienada, alheada, esquecida até do que significa o verbo amar?

Não falo apenas do amor marital, o amor na sua maior conotação. Falo do amor ao próximo, ao nosso semelhante. O amor que se compadece do outro. Que não se vangloria das suas fraquezas. Que não inveja os seus sucessos.

Etimologicamente, a palavra amor surgiu do latim. O seu significado traduz-se por um sentimento de afeição, paixão e grande desejo. No dicionário, podemos encontrar vários significados para uma palavra de apenas quatro letras. “Sentimento que induz a aproximar”, “atração”, “afeição”, “ligação afetiva”, “ser que é amado”, “disposição dos afetos para querer ou fazer o bem a algo ou alguém”, “entusiasmo”, “interesse”, “qualidade do que zela, se dedica ou cuida do outro”, são só alguns exemplos.

E em que momento nos distanciamos tanto destes significados? Ou melhor, será que já nos apercebemos do quão distanciados estamos?

O amor arrebata-nos, alimenta-nos e faz-nos viver. O sentir-nos objeto do desejo de outrem, a mão amiga que nos conforta, o abraço que nos envolve quando o mundo parece desabar, o sorriso no olhar do ser amado.

O amor nos pequenos gestos. Nos olhares trocados. Nas mãos unidas. O amor ao próximo. O amor próprio. O amor verdadeiro, sem reservas nem desculpas, sem mágoas nem ressentimentos. O amor que dá ao outro a liberdade de ser feliz.

A compreensão, a amabilidade, a solidariedade, o respeito, a tolerância, a harmonia. Diferentes formas de amar, de demonstrar amor. Abrir o coração, deixar as emoções fluírem, sentir sem reservas, entregar o coração sem medo de o quebrar.

Afinal, o amor é a resposta.

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